terça-feira, 2 de março de 2010

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Vagas na UFC abertas à concorrência de todo o País

Com a aprovação do Enem como etapa única do vestibular da UFC, cursos oferecidos podem formar turmas com até 100% de estudantes vindos de outros estados. Para pró-reitor da UFC a situação é normal

Este cenário é possível: a primeira turma de médicos saída dos bancos da Universidade Federal do Ceará após ingresso na instituição por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que elege o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como prova única, pode ser formada exclusivamente por não-cearenses.

Isto porque a UFC, ao contrário das federais do Paraná e do Amazonas, por exemplo, disponibilizou todas as suas vagas no varejo aberto do Enem. O raciocínio pode ser ampliado: em princípio, os cerca de 6 mil estudantes aprovados na UFC no próximo ano podem vir de outros estados. Sob protestos dos estudantes, a UFC decidiu, na semana passada, optar pela prova, que é aplicada em todo o território nacional, como etapa única de ingresso na instituição.

Para Custódio Almeida, pró-reitor de graduação da universidade, esse panorama não gera nenhuma tormenta. ``Insistimos no fato de que devemos entrar no sistema oferecendo a totalidade das vagas, e qualquer tipo de mudança fica para depois da primeira avaliação``. Segundo Custódio, as instituições que já aderiram ao SiSU, e não ofertaram suas vagas integralmente, foram motivadas não por alguma ``reserva baseada em qualquer tipo de dado, mas em pura precaução``.

Entretanto, a realidade tem demonstrado: há razões que exigem muita atenção. Basta entender o que tem acontecido na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Lá, explica Rosana Parente, pró-reitora de graduação, todas as 56 vagas do curso de medicina ofertadas para o Enem foram preenchidas por estudantes de fora. Rosana gosta da nova realidade. Para ela, o exame ``vai permitir uma mobilidade acadêmica muito grande. E isso é fantástico``. Na UFAM, todavia, porque o sistema ainda está sendo avaliado, apenas metade das vagas entrou no varejo. ``Na mesma turma, temos outras 56 vagas para amazonenses``.

Noutros estados, esse índice é menor ainda. ``Só utilizamos (a nota do Enem) em 10% das vagas``, informa Raul Heyde, coordenador do Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná. Na UFPR, o vestibular antigo tem peso de 90%. O motivo? Precaução. ``A avaliação que fizemos seria primeiro verificar como o processo do Enem terminará. Pode ser ou não ampliado. Talvez a gente permaneça do jeito que está``.

Fonte: http://opovo.uol.com.br/opovo/fortaleza/958415.html

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