quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

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18% dos jovens não estudam, diz Ipea.


Causas do abandono são trabalho e gravidez precoce; livro também aponta demora para deixar a casa dos pais.


No País, 18% dos jovens entre 15 e 17 anos não estão na escola. O dado faz parte do livro Juventude e Políticas Sociais no Brasil, lançado em janeiro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). A principal causa para o abandono da escola entre os homens é a oportunidade de trabalho e, entre as mulheres, a gravidez precoce.

No capítulo sobre gravidez na adolescência, o livro destaca a necessidade de um novo olhar sobre a questão. Os autores ressaltam que nem sempre a gestação é indesejada, como se costuma dizer. Muitas vezes, as jovens fazem dela seu projeto de vida. Já os meninos podem enxergar na situação a chance de serem vistos como homens.

De acordo com os autores, se a conotação negativa fosse retirada da gravidez na adolescência, as políticas públicas seriam mais eficazes. O estudo também mostra que essa parcela da população está saindo da casa dos pais mais tarde. Em 1982, 63,1% dos jovens entre 15 e 29 anos residiam com os pais. Em 2007, esse porcentual aumentou para 68,3%. "O tempo na escola está sendo ampliado. Há uma transição mais longa de uma situação da adolescência para a vida adulta", explicou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. O livro aponta que a parcela de jovens entre 15 e 19 anos que só trabalha caiu praticamente pela metade em 25 anos. Em 1982, 40,2% dos jovens nessa faixa etária só trabalhavam; em 2007, essa parcela caiu para 21,6%. O índice de jovens que só estuda aumentou de 27,2% para 41,3%.

O livro revela que a oferta de cursos supletivos no Brasil é insuficiente. Isso fica claro pelo número elevado de jovens entre 18 e 29 anos que frequentam o ensino regular. O estudo comprova a queda do número de jovens no Brasil: em 1980, representavam 29% da população; hoje são 26%. A previsão é que, em 2050, caia para 19,1%.

Para Pochmann, o Brasil "chegou tarde" na execução de políticas públicas para a juventude. O País tem hoje 50,2 milhões de jovens de 15 a 29 anos.


Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100120/not_imp498458,0.php


3 comentários:

  1. O tema gera uma boa discussão sobre juventude hoje, em especial a juventude do campo. Seria muito legal um estudo comparativo entre a juventude da capital e a juventude do campo. Na minha última visita ao PRECE (Fortaleza), em dezembro de 2009, percebi que a faixa etária entre os estudantes está decrescendo, ou seja, são estudantes cada mais jovens. Esse fato desmente os dados do IPEA, assim como a questão da gravidez não planejada na adolescência. Sugiro um debate ou uma entrevista com algum representante da prefeitura de Pentecoste, na área de educação ou assistência social para confrontar as informações. Pelo que percebi, os jovens do campo estão saindo de casa cada vez mais cedo. Acho que esse tipo de pesquisa essencial para pensar Políticas Públicas para Juventude. Abraços,

    Marcelo

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  2. Infelizmente, Marcelo tivemos casos no Prece de estudantes que abandonaram seus estudos por causa de gravidez não planejada. Inclusive, uma universitária que ingressou em 2009,no Ensino Superior através do PROUNI.
    Como também, estudantes tanto do sexo masculino como femenino que deixaram de estudar para se submeterem a sub-empregos, muitas vezes, pressionados pelos pais.
    Mas, concordo plenamente com você que devemos debater esse assunto; até para pensarmos em como superar essas barreiras.

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    A raiz da palavra "tecnologia", techne em grego, significava originariamente "Arte". Os antigos gregos nunca separaram em sua mente arte e manufatura!

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